domingo, agosto 27, 2006


Ciranda do ESCUTA
Angela Linhares.
perto do coração
aqui mesmo
escuta meu amor
desenha um sol pra mim
ciranda meu amor
se lembra que a cidade é lenda
e eu nem sei contar
e a nossa rua acorda uma canção feliz
e a nossa rua acorda
mora no sertão do teu olhar a minha rua
que acorda uma canção feliz
e a nossa rua acorda uma feliz
e nossa rua acorda.

sexta-feira, agosto 25, 2006

uma das preferidas.



A uma certa Flor.

Um dia disseram-me:
"Amar, por amar, o outro e toda gente!"
Apaixonante!
Independente!
Sentimentos livres e espontâneos
Perguntas curiosas sem medo de sentir
o bom, a dor, a alegria, o extase, o ruim.
Respostas com o corpo.
O corpo da resposta.
Não são apenas palavras vazias.
É realidade vivencial.
No mundo todo se vive, não se veve.
A ordem é seduzir tudo!

domingo, agosto 20, 2006

a casa das três marias





Repente pra maria
água de quartinha

"vem vem maria
vem maria
vem vem maria
vem vem vem maria
corre maria vem ver a lua brilhar..."

sexta-feira, agosto 18, 2006

aff...minhas férias


Minhas férias
Pato Fu
Composição: Indisponível
É duro viver todo dia
Quase todo dia eu vivo de montão
Procuro sempre novos modos de viver
E vivo sempre da mesma maneira
AIé, Ié, Ié... Ié, Ié, Ié...
Logo cedo eu ganho um monte de bom dia
o dia é tão comprido
Eu durmo de noitão
Procuro novos modos de não morrer
E morro sempre da mesma maneira
AIé, Ié, Ié... Ié, Ié, Ié...
Eu estou vivo
Eu tô vivinho
Eu tô vivão
Tirar umas férias
Que tal tirar umas férias
Foi só uma maneira de esfriar o cabeção
Mas minha cabeça tem duas partes
Parte A e parte B

quarta-feira, agosto 16, 2006

amor rima com flor

Pra quem ainda vier a me amar
Quero dizer que te amo só de amor. Sem idéias, palavras, pensamentos. Quero dizer que te amo só de amor. Com sentimentos, sentidos, emoções. Quero curtir que te amo só de amor. Olho no olho, cara a cara, corpo a corpo. Quero querer que te amo só de amor. São sombras as palavras no papel. Claro-escuros projetados pelo amor, dos delírios e dos mistérios do prazer. Apenas sombras as palavras no papel. Ser-não-ser refratados pelo amor no sexo e nos sonhos dos amantes. Fátuas sombras as palavras no papel. Meu amor te escrevo feito um poema de carne, sangue, nervos e sêmen. São versos que pulsam, gemem e fecundam. Meu poema se encanta feito o amor dos bichos livres às urgências dos cios e que jogam, brincam, cantam e dançam fazendo o amor como faço o poema. Quero a vida as claras superfícies onde terminam e começam meus amores. Eu te sinto na pele, não no coração. Quero do amor as tenras superfícies onde a vida é lírica porque telúrica, onde sou épico porque ébrio e lúbrico. Quero genitais todas as nossas superfícies. Não há limites para o prazer, meu grande amor, mas virá sempre antes, não depois da excitação. Meu grande amor, o infinito é um recomeço. Não há limites para se viver um grande amor. Mas só te amo porque me dás o gozo e não gozo mais porque eu te amo. Não há limites para o fim de um grande amor. Nossa nudez, juntos, não se completa nunca, mesmo quando se tornam quentes e congestionadas, úmidas e latejantes todas as mucosas. A nudez a dois não acontece nunca, porque nos vestimos um com o corpo do outro, para inventar deuses na solidão do nós. Por isso a nudez, no amor, não satisfaz nunca. Porque eu te amo, tu não precisas de mim. Porque tu me amas, eu não preciso de ti. No amor, jamais nos deixamos de completar. Somos, um para o outro, deliciosamente desnecessários. O amor é tanto, não quanto. Amar é enquanto, portanto. Ponto.
Roberto Freire.

segunda-feira, agosto 14, 2006




Balada do Louco
Rita Lee

Eu juro que é melhor

Não ser um normal

Se eu posso pensar

Que Deus sou eu

sexta-feira, agosto 11, 2006

a mãe de gorki


**eu não nunca demorei tanto pra ler um livro como esse passei quase um semestre pra lê-lo e depois que terminei só me vem uma música na cabeça:



Complexo de Épico
Tom Zé
Composição: Indisponível
Todo compositor brasileiro
é um complexado.
Por que então esta mania danada,
esta preocupação
de falar tão sério,
de parecer tão sério
de ser tão sério
de sorrir tão sério
de se chorar tão sério
de brincar tão sério
de amar tão sério?
Ai, meu Deus do céu,
vai ser sério assim no inferno!
Por que então esta metáfora-coringa
chamada "válida",
que não lhe sai da boca,
como se algum pesadelo
estivesse ameaçando os nossos compassos
com cadeiras de roda, roda, roda?
E por que então essa vontade
de parecer herói
ou professor universitário
(aquela tal classe
que ou passa a aprender com os alunos
-- quer dizer, com a rua --
ou não vai sobreviver)?
Porque a cobra
já começou a comer a si mesma pela cauda,
sendo ao mesmo tempo
a fome e a comida.

quinta-feira, agosto 10, 2006

poesia marginal



quando li esse livro fiquei pensando nas coisas que eu escrevo que não se encaixam em canto nenhum, não consegue ganhar somente um adjetivo ou talvez ganhe todos.
e o que mais gostei no livro foi essa frase "poesia é poesia não precisa de adjetivo" do nicolas behr.gostei tanto que resolvi fazer um zine com essa frase na capa.bom numa coisa eu concordo o que eu escrevo é marginal por estar à margem na produção literária, porque quase ninguém conhece e também não é marginal intencionalmente é mais por falta de informação ou por gosto mesmo.

domingo, agosto 06, 2006

DAS VANTAGENS DE SER CONFUSO Nicolas Behr olhar e ver tudo torto, errado das vantagens de ser incoerente demente, temente, tenente, patente das vantagens de ser repititititititivo das vantagens de ser livre, foda-se! das vantagens de se fingir de morto qual peixe na feira, olho aberto, parado das vantagens de ser totalmente louco, pirado, sem nenhum compromisso com nada, escravo da mente, sem consciência celular, sem celular, sem a porra da agenda, sem rima, sem nada, só a loucura insana a te emoldurar a alma loucura - esta bela armadura esta couraça intransponível este colete a prova de tudo este poema, impiedoso, a te perfurar o coração.