eu sempre penso a vida sem a pensar a morte.
ou talvez a morte tem muito a vê com o jeito de pensar a vida.
sabe essa coisa de fazer coisas que nos faz infeliz.
não sei pra quê.
eu conheci um cara muito perto de mim que não bebia, não fumava e nem se fudia.
e que se fudeu do mesmo jeito.
não tava doente, não foi um assalto, não foi uma doença dst, não foi overdose, não foi nada disso.
foi um acidente. que ninguém tá imune.
mas as vezes a gente é imune a vida.
o bom da vida é só viver e cada pessoa dá o sentido que quiser a isso.
pra mim só vale a pena se fô vivida.
sem eu ter que me preocupar tanto com a minha futura aposentadoria.
se eu tiver que fazer um monte de merda.
se eu tiver que me fuder as vezes.
se eu tiver que ficar alegre.
se eu tiver ficar com o riso frouxo.
eu tô feliz em ser feliz e infeliz por mim mesma.
eu tô feliz em ficar com raiva de gente que me enche o saco.
e tô infeliz em achar que as vezes eu vacilo feio e me fodo.
só fico as vezes de saco cheio se eu tiver que ficar me justificando pra você.
porque eu merendo e porque eu não tenho a menor vontade de fazer coisas que a galera tá fazendo por aí.
as vezes a gente se cansa daqui.
disso tudo.
e depois a gente volta e faz coisas tão boas que dá vontade assim de mecher bem no meio entre o frio na barriga e uma coisa que eu não sei dizer o que é.
meu bemzim eu gosto tanto de tu que quando você sofre desse jeito. eu choro por não poder fazer nada pra te ajudar.
e quando você perguntou se eu sabia o que era essa coisa que você sentia,sabe o que é?
eu disse sei sim.
e passa mesmo?
eu disse que não. não passa nunca só diminui a dor. mas ela sempre fica ali.
depois de um tempo não vai doer tanto quando a gente falar nisso.
mas sempre vai doer.
talvez outras coisas que a gente faça sejam mais alegres pra gente ou mais tristes.
e tudo que as pessoas nos dizem nesse momento as vezes a gente nem liga muito.
mas todos os abraços agora é bom pra gente lembrar.
é por isso que eu não sei dizer nada pra você.
só te abraçar.