terça-feira, março 30, 2010

meu caso foi mulher

Um dia desses encontrei uma mulher arrancando os cabelos. fio por fio. fiquei logo aguniada com aquilo. (sabe quando você vê uma pereba bem feia que dá gastura porque parece que dói em você). Fiquei morrendo de vontade de ir até lá e pedí pra ela parar com aquilo, porque era tão aguniante vê-la arrancando os cabelos dolorosamente. caralho!!! pra quê isso? mas continuei na minha inércia só olhando. até que ela arrancou todos os fios com todo o sacrificio do mundo. e numa doidice arrancou as roupas rasgando as peças íntimas. váila! endoidou agora a mulher. e de repente ela saiu correndo que nem uma desesperada e pulou dentro da cacimba. EiTa PaU !!! corri pra tentar salvá -la. num momento muito curto de uma piscadela de olhar percebi meia inútil aquela tentativa de salvamento porque eu nem sabia nadar mesmo. mas continuei indo de qualquer forma. quem sabe lá não tinha corda, sei lá. cheguei na boca da cacimba e olhei pra dentro da cacimba. ela tava serena tomando um banhim bom. mergulhando fundo e se divertindo. fiquei incafifada mais ainda. só pode ser doida mesmo ou então deve beber gás. fazer isso tudo pra tomar banho de cacimba, ainda que ela tivesse tentando se matar eu até entenderia. fiquei esperando. agora mesmo que eu queria saber que diabo era aquilo?! Ela percebeu que eu tava olhando pra ela e nem ligou continuou tomando banho e dando mergulhos. aí me impacientei e gritei um - oi. ela nem ligou. dei um tempo e disse um pouco mais alto - Oi! só respondeu o eco da minha própria voz. aí berrei ainda mais alto - OI tá me ouvindo? e eu só ouvia o eco perguntando o ouvindo? De repente como se fosse uma espécie de calango a mulher careca que se banhava na cacimba vinha subindo as paredes liguentas e cheia de cogumelos, sentou na beira da cacimba e perguntou um pouco seca - o que era? eu pedi desculpa por me intrometer nela mas queria muito saber o porque daquilo tudo. ela me pergunta de volta como se fosse um eco - aquilo tudo o quê? eu de imediata, mais doida ainda pra saberdisse - ora tudo, arrancar os cabelos daquele jeito, arrancar as roupas e rasgar o sutiã e a calcinha. e ela me diz - ah isso (com toda naturalidade). é que meu caso foi mulher. fiquei besta ó. como é que ela sabia da nossa piada interna. tentei barrar minha expressão de espanto. e perguntei - como assim? - cansei! ( ela respondeu) . de tudo isso aqui. dessa competitividade feminina que a gente tem, dessa pressa de ter que acompanhar as roupas, os cabelos, os perfumes. tô afim da minha pele, afim de conhecer novos cheiros, novos amores. pra merda, a minha familia, o meu namorado, o meu trabalho. agora vou me curtir, curtir o mundo e vou curtir mais você. não me importa mais tanto essa bobagens de fardas invisiveis. cansei! CANSEI!!! ela berrou quase dentro do meu ouvido tão alto que quase tive uma pilôra. e daí ela pulou de costa se soltando por inteira na cacimba. e num subito tempo de respirar olhei de novo pra dentro da cacimba. e não vi mais nada e nem ouvi ela cair. chamei. gritei esperando resposta. e não ouvi nada mais que o eco da minha própria voz e não vi mais nada além do meu próprio reflexo. 

 

 * ( descrição da tela : uma mulher nua de pele negra, deitada de costas. visualização da costas e do seu bumbum, com paisagem tipo de por do sol, com um olho no mei do céu, traços fortes tipo de carvão. muitas cores. ah detalhe o quadro tá pendurado num guarda roupas). ** tela do loro.

quinta-feira, março 25, 2010

Um contado sobre um am@r livre.


Tava um dia desses conversando sobre as relações-de-poderes-na-nossa-sociedade-contemporânea-capitalista-e-blá-blá. E de repente pensei no am@r. O am@r livre. Geralmente quando se pensa em am@r não se pensa em ser livre amando. Porque geralmente algumas das partes quer mudar a uma ou a outra. E depois o namoro no fim das contas fica me parecendo uma relação de status sei lá.Quer dizer se você não tem namorad@ você deve ter algum problema. Eu não sei não hein. Mas também o am@r livre não tem nada a v com a quantidade de menin@s que você fica. Tem muita gente por aí e por aqui que acham isso mesmo. doidinh@s!

Porque o babado é com a gente, a gente é que tem se relacionar com a liberdade. Imagine se você vivesse uma situação dessas, você ficaria com uma/um menin@ secretamente. Quando ficasse as vontades seguiriam seus instintos. Nunca aconteceu uma D.R. e nem poderia porque não são namorad@s. E se nunca tivesse um EU TE AMO porque não precisaria disso. E se não ouvisse um EU GOSTO DE VOCÊ. Nada disso seria importante. Os abraços já dariam conta de tudo isso. E se você tivesse as certezas e as dúvidas de que não é pra sempre.Tudo o que foi dito antes nem importa tanto. Elas/eles sabem o que cada uma/um sente uma/um pel@ outr@. A uma ou a outra parte é livre também pra imaginar o que a uma ou a outra sente. O que nem é tanto assim, porque se você sente d a outra pode perfeitamente sentir d2 sem problemas conjugais e DRCIONAIS. nã pra quê isso de todo mundo do mesmo jeito. Brigariam por outras coisas. Conversariam sobre tudo menos sobre elas/eles mesm@. Se conectariam pelos instintos. Odiariam andar encangados sempre. Mas tem prazer da companhia uma/um d@ outr@.

Dançariam danças diferentes junt@s e separad@s. E é claro que isso não @s impediria de dançar com outras pessoas até porque ninguém determinou regra alguma de relacionamentos. Aliás nem se saberia o que era aquilo e nem se importariam com isso. Não ligariam se aquelas fossem suas últimas danças. porque nem foram marcados encontros nem nada. Não teria meu caso foi mulher porque não teria sentimento de posse. ah e o melhor ninguém poderia furar seus olhos porque primeiro seus relacionamentos são secretos e momentêneos e outra elas/eles são livres pra fazer aquilo dé na telha.



(***tela do loro.)