domingo, março 23, 2008

Sobre educar e Dançar.

Nietzsche diz que, não acredita num Deus que não sabe dançar. Partindo dessa máxima não acredito num educador que não sabe dançar. O pensamento são as idéias dançando. Deseducar é um ato revolucionário, a revolução educacional é algo que acontece de forma intima e relacional, entre educador e aluno.

Como numa dança a dois, é preciso que tenha um dançarino que leve e outro que se deixe levar. O par de dançadores dançam juntos seguindo um ritmo próprio. Essa deveria ser a didática de ensinar, usando o corpo, os sentidos e criando passos a cada relação estabelecida.

Se existisse uma escola intitulada Pedagorgia, concerteza um de seus principais teóricos seria Rubem Alves. Pensar a educação como uma orgia de amor é genial, a educação é uma relação entre a boca e a palavra deseja penetrar o ouvido. O ouvido é um orgão que recebe, a fala quer engravidar pensamentos. A penetração de falas tem o objetivo de semear, o ato de educar é uma semeadura.

Há certas falas que são também um estupro, penetram pela violência. O ouvido as odeia, preferiria não ouvi-las. Essas falas não tem poder para engravidar o corpo. As semente só produzem gravidezes se a penetração for prazerosa.

A inteligencia fica mucha a procura de um objeto de amor que a excite para ter uma ereção intelectual. Falas podem ser excitantes e brochantes, professores brochantes só produzem frustação, só conseguem produzir estomagos ruminantes, mentes decorebas e apenas pequenos tremeliques no corpo. Professores excitantes são capazes de engravidar e de produzir frutos saborosos. "Acontece sempre que a palavra prazerosa faz amor com o ouvido. Aí a mente fica grávida e não se pode prever o que vai nascer. É bom pensar a educação como essa orgia de amor." ( Alves, 2003)

Assim que os educadores deveriam ser como uns dançarinos de jazz. Que a cada música nova improvisam novos passos, criando danças de idéias nos pensamentos.